"Império" [de selvagens]

Por Elaine Felchacka, redatora do site terra

"...A paixão pelo futebol, surgida ainda quando criança, me levou ao jornalismo esportivo. E que no último domingo morreu um pouco dentro de mim. Como uma criança que tem seus sonhos arrancados..."
"...Era apenas mais um dia de trabalho e lá fui eu para o Estádio Couto Pereira para cobrir Coritiba x Fluminense. Alegria na entrada do Couto, mobilização para pintar o máximo possível os rostos dos "guerreiros" das arquibancadas..."
"...Diante dos meus olhos, aqueles "guerreiros" de caras pintadas das arquibancadas se transformaram em seres selvagens, sem limites..."
"...Armados como podiam, o objetivo era machucar alguém, sem motivo, apenas para mostrar a fúria. Lastimável. E meu medo se transformou em pânico. E minha paixão começou a desmoronar..."
"...Uma mistura de jogadores, comissão técnica, policiais, seguranças e pessoas trajando camisas de clubes se engalfinharem. Não tinha para onde fugir. Pelas laterais era impossível passar, cadeiras arremessadas se tornavam risco eminente de lesão. Pelo centro do gramado, um verdadeiro ringue com seres selvagens se degladiando..."
"...Nesta tarde, aqueles homens trajando camisas de times arrancaram parte dos meus sonhos. Enterraram junto ao Coritiba a minha paixão pela beleza do futebol, por suas histórias de superação e exemplo que ali deram lugar a sangue, pessoas desacordadas e uma violência barata, desnecessária..."
"...Uma tarde inesquecível, um pesadelo eterno que maculou a nobre arte da bola, retratados brevemente aqui em um texto sem a inclusão da palavra torcedor, porque naquela cena de guerra havia apenas seres desprezíveis, indignos de tal tratamento..."





Uma "boa" semana a todos nós, PARANAENSES...